quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Livre?

-  Pois, é tão cruel!
Falei enquanto olhava ,atenta, o pássaro na gaiola na janela do vizinho.
Imaginava a dor daquele pobre animal confinado, com uma corrente na pata [necrosada]
Pensei  que a crueldade imposta àquele animal se confundia a crueldade imposta àqueles
que estão vegetativos ou inválidos, sofrendo em vida e que desejam morrer. [ter paz]
Seria a morte liberdade?

Vejo muitas vezes pinturas e desenhos de gaiolas abertas como símbolo da liberdade.
Sempre vazias, ou com uma sombra escorregadia ao fundo de algo a voar.
Vazias por que o pássaro ali escravo fugiu para o horizonte ou por que cansado da dor
do cativeiro e das mutilações se entregou ao gavião que velava seu sono ?


Estou me sentindo encarcerada nesta vida. [Sufocada]
Quero ser livre e não consigo encontrar uma solução [Me adequar]
Quem sabe se eu seguir as opções do pássaro?
Olho para frente e penso:

 - Tenho certeza que saiu voando.